domingo, 7 de abril de 2013


Entrevista a Shannon Leto sobre a tour

Como esta a ser a digressão através dos mares?
"Está a ser óptima, e fantástica. Nós estivemos em digressão pela França, e foi muito divertido. Foi óptimo estar de volta a este país incrível. A comida é incrível, as pessoas são fantásticas, e nós somos sortudos em voltar aqui."

Viajaste o mundo inteiro e fizeste um concerto em sítios enormes que ficaram esgotados até a borda. Existem diferenças entre os fãs americanos e os fãs de outros países?
"Basicamente, a maior diferença e a mais óbvia é o sotaque quando eles cantam as nossas músicas (risos). É sempre interessante ouvir isso, e é muito engraçado. No geral,o nosso público é muito energético, mas às vezes recebemos um público mais observador, que observa o ambiente. Outras por vezes recebemos um público que é realmente bombástico. Seja qual for, são todos fantásticos."

Os dois concertos no Hammerstein Ballroom marcam um evento especial. Estarás a comemorar o teu 300º concerto na digressão de um único álbum, um novo recorde mundial. Vamos ser francos, os Thirty Seconds To Mars tinham mesmo o objectivo de ser uma banda de recordes?
"Nem um pouco (risos). Acho que vamos estar ao lado da maior bola de fios no Livro dos Recordes, ou alguma coisa assim. É divertido, sabes? O meu irmão perguntou um dia, então nós só olhamos para ele. Mas é engraçado que neste momento, nós fizemos muitos mais de 300 concertos em dois anos,e é digno que 300 redondo é um número até simpático. E há melhores maneiras de comemorar do que tocar em Nova York? É algo divertido de se fazer e para ficar na nossa história. É sempre isso que tentamos fazer com os 30 Seconds To Mars. Queremos criar essa experiência incrível e, o mais importante é divertir, mesmo que se pare de gravar um vídeo, onde vamos gravá-lo ou o seu conceito geral. Com os nossos concertos ao vivo nós tentamos abordá-lo de forma semelhante."


Quando eu vi vocês no Bamboozle deste ano, percebi que no concerto tinham muito teatro e entretenimento, o que não se vê muito. Obviamente,o Jared tem muita história no cinema, mas todos parecem tão cativados. Quais são as suas mentalidades, quando atingiste essa fase?
"Sobre fazer música, não se pode pensar muito à fundo nela. Quando estamos todos a actuar e a tocar ao vivo, é quando mostramos quem realmente somos. O meu irmão, Tomo e eu somos muito pretensioso quanto podemos ser no palco. Acho que é a isso que as pessoas estão a reagir, e nós estamos em torno de uma banda muito visual. Nós estamos agora para a iluminação, produção, tudo, e eu acho que isso é um reflexo da minha infância e da infância do Jared. Fomos atraídos por grupos que foram muito visuais e conceituais, de modo que de alguma forma foi um modelo para nós, e a razão pela qual estamos a fazer o que fazemos hoje. Mas foi tudo muito natural. É o que é o que se entende.

Há algum artista em especial?
"Nós não inspiramos-nos num artista específico. Tivemos vários conformes crescemos, mudamos muito, por isso li um monte de livros, assisti a vários filmes, coisas desse tipo. Então, traçamos um monte de experiências de vida. Nós não sentamos e pensamos no que as pessoas estavam fazer, eu não fui para uma escola para aprender a tocar bateria ou o que seja, nós tivemos esses instrumentos ao nosso redor quando tínhamos quatro ou cinco anos, e nós usávamos como brinquedos. Tinha bandas que eu gostava, como Led Zeppelin, The Beatles e Depeche Mode, mas nunca fomos super fãs deles. Nunca prendemos-nos à uma banda em especial porque sentíamos que tinha muita coisa lá fora, e muita coisa a acontecer. Acho que quando começamos era difícil nos classificar, então nós tocávamos e crescemos do jeito que queríamos. É muito estranho pensar nisso e descrever."

Sim, deve ser difícil classificar algo que é tão inato para vocês. Com isso em mente, como é que vocês evitam um piloto automático nas digressões?
"Bem, nunca ficas chato, porque nós temos as experiências de tantos países diferentes e pessoas diferentes. Cada cidade que vamos chegamos para experimentar, conhecer pessoas, passear, coisas desse tipo, de modo que tudo é novo. Em termos de tocar ao vivo, nunca é uma coisa qualquer, porque o público é sempre diferente e sempre fazem um grande esforço para modificar o nosso concerto ao vivo, fazendo-o novo e emocionante. Quando não conseguimos dormir, fica difícil, porque estamos a viajar, existem diferentes fuso de horários, costumes, então é aí que tu tens que te adaptar. E é onde por vezes fica desafiador. Mas isso é o menos, porque tudo é incrível. Estou muito grato por poder fazer o que faço todos os dias."

Como é que descreverias a relação da banda com os fãs em todo o mundo e como é a integração para garantir a eles que são reconhecidos?

"É uma coisa muito natural para nós. Fazemos um grande esforço para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Eu lembro-me que quando nós estávamos a fazer os nossos primeiros concertos, estávamos sempre interessados em saber se o público estava a participar e o mais importante, levar em consideração as respostas e respeitá-las. Tornou-se muito mais de que uma conversa que vai, e conversa vem, então agora temos a nossa própria família lá fora. É bastante impressionante."

O último álbum dos 30 Seconds To Mars, This Is War, é uma forma de revolução pessoal para ti e para a banda. Qual foi o teu pensamento no desenvolvimento dos motivos das letras e da parte musical para este álbum e o que querias criar para os teus fãs?
"Primeiro de tudo, não estávamos interessados em repetir a nós mesmos e a fazer a mesma coisa. Nós estávamos interessados em evoluir, mudar, pensar fora dos padrões e de desafiar-nos, por isso eu acho que esta é a base do que somos como uma banda. Com isso, todo o resto está no seu lugar. Do primeiro álbum para este álbum, é tudo diferente: o produtor, o modo como gravamos e fizemos a digressão. Enfim, é tudo em relação a ser grato por essa mudança e indicar a mudança a cada dia.
Para esse álbum queríamos incorporar mais da nossa família: os fãs. Tivemos o 'The Summit' que aconteceu em Los Angeles, onde vieram pessoas de todo o mundo para participar no álbum; cantando, gritando, a batendo palmas, entre outros. Tudo correu bem. Fizemos também 2.000 capas diferentes do álbum. Nós gostamos de fazer coisas diferentes e divertidas e eventos interactivos para mostrar o quanto nós estamos gratos por eles."

Há uma relação muito forte nos dois sentidos entre os 30 Seconds To Mars e os fãs então?
"Sim, bem, tudo o que recebemos nós aplicamos de volta nos 30 Seconds To Mars. Quer que se trate de produção, gravação ou digressão. É por isso que fazemos. É a nossa arte e a maneira de nos expressarmos. E é essa a maneira como fazemos as coisas."

Os 30 Seconds To Mars também desenvolveram uma reputação nos vídeos de música. Obviamente, 'The Kill' foi inspirado em The Shining, e o vídeo de 'Hurricane' aparentemente foi um curta-metragem em si. Podes comentar o processo criativo de 'Hurricane' e o seu conceito geral?
"O meu irmão é o grande responsável na criação de todos os nossos vídeos. Basicamente, 'Hurricane' é um sonho de 14 minutos. É sexual, abstracto, instigaste e é algo que nunca fizemos como uma banda. Nunca tínhamos demonstrado o sexo antes. Queríamos mostrar a nossa interpretação do que o sexo é para nós. Foi filmado em Nova York, uma cidade que amamos, e que todas as pessoas que tu vês no vídeo são apenas pessoas comuns. Mostra uma parte diferente dos 30 Seconds To Mars e de Nova York. Estava tudo muito escuro e fechado."

Por causa disso, a banda esteve envolvida um pouco na polémica com 'Hurricane'. Havia pedaços que falavam sobre violência, fetiche e um monte de outras coisas que algumas pessoas não se sentem confortáveis. Imaginavas que seria tão polémico?
"Como sabes, ele foi censurado. Foi banido na MTV por um tempo e em várias redes em todo o mundo. É meio estranho, mas, quando pensas sobre toda a violência é ridículo o que tu vês na TV. É engraçado quando tu pensas sobre o que podes ver na TV e o que não se pode. Mas se as pessoas realmente querem ver, elas podem, entendes?"

O que achas sobre esse tipo de reacção, o que dizes sobre a nossa cultura e a aceitação geral ainda há tabus em coisas como na sexualidade?
"Por alguma razão, eu acho que as pessoas gostam de assistir o negativo. As pessoas gostam de ver os outros a comemorar as falhas dos outros, quem está a trair quem... é meio ridículo. Talvez seja uma forma das pessoas não olharem para si mesmas, sabes? Eles querem focar noutras outras coisas, deste modo os pensamentos ficam distantes.
Podemos analisá-lo e discuti-lo por um tempo, mas eu digo, a violência nos noticiários é um bocado assustador. Acho que as pessoas precisam ter as suas prioridades. Estamos a matar as nossas mentes, estamos a matando o meio ambiente, as pessoas só precisam parar. Precisamos respirar, parar de focar-nos só nos nossos Blackberrys, iPhones e iPads, tudo isso é só uma distracção. Temos de pensar na sociedade e em nós. E honestamente, acho que isso é algo que os 30 Seconds To Mars faz muito bem. Nós temos esse sentimento de comunidade e respeito pelas pessoas que nos ouve, e vice-versa, e é maravilhoso."

O que podemos esperar dos 30 Seconds To Mars no ano que vem? Será que vocês voltaram ao estúdio ou partir para umas grandes ferias?
"Sinceramente, vamos dar um passo de distância. Reavaliar, reconsiderar e apenas desfrutar do nosso tempo com a nossa família. Quero dizer, em termos de composição e gravação, não estamos totalmente certos. Vamos ver o que acontece."

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